OAs fazem balanço do Telecurso TEC em Minas
23/03/2010
Por Agência Palavra-Chave
Entrevistados após o 1º Encontro de Formação no estado, Tênnica Mendes e Edmar de Almeida contam o que pensam, hoje, sobre a metodologia e o futuro do projeto
Sete meses após o 1º Encontro de Formação de Orientadores de Aprendizagem do PEP EJA, que utiliza a metodologia do Telecurso TEC em Minas Gerais, Edmar de Almeida avalia: “a metodologia SOS deveria ser obrigatória no ensino tradicional, principalmente no aspecto da sensibilização”.
A crença na eficácia deste modo de trabalho existia antes mesmo do professor de Matemática lecionar Administração de Empresas em Divinópolis – na TEC Sala da Escola Estadual Antônio da Costa Pereira.
Já a liberdade de envolver o aluno na construção do conhecimento e das aulas em si, ele diz, foi uma realização pessoal conquistada como Orientador de Aprendizagem.
O projeto tem me motivado a permanecer ensinando. A aula em ‘U’, criticada no ensino regular, é rotina no TEC. Pontos de vista pessoais que eu defendia agora estão no meu dia a dia, como ter o aluno como parceiro, amigo, e não como trabalho”, revela Edmar.
Ao fazer um balanço dos primeiros meses de atuação no PEP EJA, ele ressalta a importância do que aprendeu na formação continuada.
Uma dessas habilidades é conseguir que os alunos se motivem, avaliem a própria performance e sugiram as atividades que vão desenvolver, como ocorre nos seminários. Um tipo de participação que, para o OA, seria interpretada apenas como “uma pressão a mais” na rotina tradicional de ensino.
“É comum os alunos comentarem: ‘Parece mais fácil aprender com você’. Na verdade, eles gostam é do método onde podem usar suas vivências e mágoas para superar obstáculos e se livrar do paradigma dos 60 pontos”, acredita Edmar.
Estímulo à leitura e à pesquisa na web
Ensinar alunos que trabalham à noite em fábricas, que têm família e cuja idade varia entre 19 e 60 anos é um dos desafios de Tênnica Mendes, OA de Administração Empresarial em Poços de Caldas (na foto, à direita).
Assim como Edmar, ela incorporou a preocupação em sensibilizar e relaxar seus alunos. Com música, poemas e muita conversa, consegue manter a ansiedade da turma sob controle e transmitir segurança em momentos críticos, como o período de provas.
“Meu grupo não tinha a autoestima elevada. Alguns enfrentaram a descrença dos próprios filhos, que questionaram o porquê da volta à escola. Há ainda o nervosismo, a dificuldade em lidar com o tempo limitado para os exercícios e as deficiências de interpretação”, enumera Tênnica.
A experiência como professora de Português no Ensino Médio e a realização das dinâmicas e leituras coletivas sugeridas pelo TEC, porém, estão ajudando a OA a virar este jogo. Com o tempo, os alunos perderam a resistência às apresentações orais, estão mais unidos e menos tímidos.
“O aluno de hoje lê, mas não compreende, não contextualiza. E o livro é todo baseado em interpretação. Por isso, procuro ensiná-los a gostar de ler, a ter curiosidade, a ampliar seu vocabulário e acompanhar as notícias para entender por que o que acontece no mundo afeta a vida deles no Brasil”, diz.
Para ajudá-los a encontrar estas informações na web, ela criou um blog, onde posta alguns dos textos extraclasse que seleciona. A intimidade cada vez maior com as ferramentas virtuais de trabalho também é fruto da vivência no Telecurso TEC e da relação próxima com seu Coordenador de Aprendizagem, Daniel Valadares.
“Ele é extremamente atencioso conosco. Como OA, eu também tinha receio de errar, mas encarei a entrada no projeto como um desafio para meu crescimento”, conta Tênnica, ressaltando o interesse em interagir mais com outros professores no Ambiente Virtual.
Edmar também sugere melhorias para o Telecurso TEC. “Existe uma ansiedade nos alunos gerada pela incerteza de usufruírem do curso em suas vidas. Penso que uma política de estágios seria bom para complementação”, opina.